O rapaz chegou-se para junto da moça e disse:
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
— Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta
listada?
A moça se lembrava:
— A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
— Antônia, você parece uma lagarta listada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
— Antônia, ainda não me acostumei com o seu corpo, com a sua cara.
A moça olhou de lado e esperou.
— Você não sabe quando a gente é criança e de repente vê uma lagarta
listada?
A moça se lembrava:
— A gente fica olhando...
A meninice brincou de novo nos olhos dela.
O rapaz prosseguiu com muita doçura:
— Antônia, você parece uma lagarta listada.
A moça arregalou os olhos, fez exclamações.
O rapaz concluiu:
— Antônia, você é engraçada! Você parece louca.
[BANDEIRA, Manuel. - Namorados
in Estrela da vida inteira p. 142-143]
in Estrela da vida inteira p. 142-143]
"A meninice brincou de novo nos olhos dela". Nos meus olhos anda brincando, festejando e ocupando seu espaço.
E é assim que a meninice salta aos meus olhos: como uma loucura, e eu, menina de tudo, sobrevoo essa imensidão sem (ainda) me preocupar em puxar a cordinha. A queda é livre, e eu a escolhi, sem medo de cair; sem medo de ser eu uma lagarta listada.
"- Fernanda, você é engraçada! Você parece louca".
Fer, minha lagarta listada, quanta liberdade, garota!
ResponderExcluirhahahaha ai fer... so vc mesmo!!!! vc anda lendo??? q absurdo eh esse?? hahaha
ResponderExcluirHahah, fui o primeiro a ver esse post, eram 13h08...
ResponderExcluirVocê comentou que queria colocar algo de Manuel Bandeira e lendo agora acho que não poderia ter escolha melhor. Leio e releio esse poema e ainda consigo me surpreender com ele. Terno e divertido.
Se a gente reproduzisse um diálogo desses vc ia me chamar de louco, e eu te chamaria de incompreensível..
ResponderExcluirhunf
;*
(louco não no sentido da poesia)
ResponderExcluirEduardo,
ResponderExcluireu, na verdade, te acho louco por pensar assim da maneira que pensou, no literal e não no poético, como deve ser pensada a poesia.