domingo, 25 de abril de 2010

Tempo de folhas caídas ao chão. Tempo de saturação. Tempo de lamentação. Tempo de mãos inchadas como no verão. Tempo de solidão. Tempo de sustentação. Tempo de reflexão. Tempo de noites mal dormidas no colchão. Tempo de forte respiração. Tempo de pouca ventilação. Tempo de pulsação. Tempo de horas que se vão. Tempo de companhias que se vão. Tempo de olhares com atenção. Tempo de proteção. Tempo de fixação. Tempo de imaginação. Tempo de formigação. Tempo de inquietação. Tempo de indecisão. Tempo de renovação. Tempo que demora um tempão. Tempo que passa com precisão. Tempo esse que eu não tenho mais não.


"Tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda, eu sei, pra você correr macio...".

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"Uma sacola de músicas e um coração pesado".

"Eu deixaria minha sombra cair pra trás/E eu não escreveria pra você/Porque eu não sou desse jeito/Não desse jeito".

É assim que Aimee Anne Duffy, mais conhecida somente como Duffy, me faz perder horas e horas com suas músicas entregues ao soul, como nos trechos que coloquei de Rockferry, nome também dado ao seu álbum, que conta ainda com outros dramalhões que tanto me agradam: Warnick Avenue, Stepping Stone, Breaking my own heart, etc.

http://www.iamduffy.com/index2.html - Link do vídeo de Rockferry no site oficial da cantora.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Aspiração

Já não queria a maternal adoração
que afinal nos exaure, e resplandece em pânico,
tampouco o sentimento de um achado precioso
como o de Catarina Kippenberg aos pés de Rilke.

E não queria o amor, sob disfarces tontos
da mesma ninfa desolada no seu ermo
e a constante procura de sede e não de linfa,
e não queria também a simples rosa do sexo,

abscôndita, sem nexo, nas hospedarias do vento,
como ainda não quero a amizade geométrica
de almas que se elegeram numa seara orgulhosa,
imbricamento, talvez? de carências melancólicas.

Aspiro antes à fiel indiferença
mas pausada bastante para sustentar a vida
e, na sua indiscriminação de crueldade e diamante,
capaz de sugerir o fim sem a injustiça dos prêmios.

Carlos Drummond de Andrade


Abri o Antologia Poética de Drummond e, aleatoriamente, vi esse poema. Caiu como uma luva pro dia de hoje e pra o que venho "aspirando", a partir de então. Drummond tem sempre esse quê com o amor de uma forma paradoxal: ama esse 'não amar' da maneira mais amorosa que eu conheço, pois não o deixa transparecer, ele o deixa surpreender.

domingo, 18 de abril de 2010

"Mediocridade, eu sei o quanto sinto saudade..."
E que saudade! Depois de um bom tempo sem a tal "mediocridade" de ouví-los, acordei ao som de Móveis já mexendo as mãos no ritmo dos metais! Quero um show deles agora!

sábado, 17 de abril de 2010

Alice no país das maravilhas.


"Acho que eu poderia entender isso melhor - disse Alice de maneira muito educada - se estivesse tudo escrito. Mas, desse jeito, eu não consigo entender o que você quer dizer".

Curiosa e ansiosa por esse filme!
"(...) vem e traz um dos teus guarda-chuvas cintilantes".
Carlos Felipe Moisés.
É isso que dá Poesia Brasileira: ganas.