sábado, 28 de fevereiro de 2015

Sobre o regresso ao mais-do-mesmo




minha primeira queda
não abriu o paraquedas

daí passei feito uma pedra
pra minha segunda queda

da segunda à terceira queda
foi um pulo que é uma seda

nisso uma quinta queda
pega a quarta e arremeda 

na sexta continuei caindo
agora com licença
mais um abismo vem vindo

[LEMINSKI, Paulo. Minhas 7 quedas.
in Toda Poesia]

Na velocidade terrível da queda, o regresso. A volta, sem data marcada, sem mais nem porquê. Sabor de recomeço, só que daqueles mais-do-mesmo; "é tudo novo de novo".
Mas são 7 quedas e eu ainda tenho muito por esperar: queda-livre, leve e solta.

Caí na real. De peito e guarda-chuva abertos.